quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Meus heróis morreram de overdose

Por que alguém se droga? Penso ser essa uma pergunta fundamental para se tomar uma posição diante do assunto. E é fato que a resposta não será uníssona, já que cada pessoa que lança mão de sua sobriedade para buscar estados alterados de consciência terá um motivo. Porém é possível se estabelecer um paradoxo comum a esses indivíduos. Estão querendo fugir da realidade, seja utilizando a droga de maneira recreativa, para se divertir ou para “relaxar”, ou de forma compulsiva e continuada.
Droga pra mim é veneno e eu jamais aceitaria defender sua liberação, e sinto-me moralmente agredido quando vejo pessoas defendendo liberar seu consumo. O vício é algo traiçoeiro que no começo agrada e depois aprisiona as pessoas, por isso pra mim droga é um triste capitulo da degradação humana e que com um punhado de evolução e educação, todos nós podemos adquirir uma sólida convicção de que a vida pode ser dominada de modo realista. O próprio argumento de se tratar os viciados como doentes e não como criminosos,serve para mostrar que não se deve estimular nas pessoas que elas fiquem doentes, mas incitar uma conscientização cada vez maior para a importância de ter uma vida saudável.Os jovens são os maiores consumidores de drogas porque na fase que se encontram há um desejo e uma necessidade de rebeldia, afirmação e busca por emoções e adrenalina.Para buscar novas emoções muito melhor seria praticar esportes, convencionais ou radicais e ter contato com a natureza, é muito mais saudável, basta educar um jovem e ele buscará caminhos melhores.
Droga é qualquer substância que, introduzida no organismo, modifica alguma função. Além de acarretar dependência, provoca desvios da conduta, e é usada tanto pelo seu efeito como para neutralizar os fenômenos desagradáveis da abstinência. Segundo a OMS, tóxico, em grego tókson, quer dizer 'arco', 'flecha', 'arco e flecha'; e a forma adjetiva toksikós, 'relativo a arco, flecha, arco e flecha'. Assim, toksikón phármacon é 'veneno para flecha'. Curiosamente, o significado de phármacon estendeu-se a toksikón; e quando o poeta grego Ovídio fala em toxicum, quer dizer 'veneno para flecha'. Já para outros pensadores gregos como Horácio e Columela, a palavra já tem sentido mais amplo: quer dizer veneno em geral.
Estudando a história do uso de drogas na sociedade percebemos que sua liberalização é muito mais um retrocesso do que um avanço a civilização. O ópio foi por muito tempo cultivado livremente por camponeses, por volta do século XVI, como fonte de alívio de sua triste realidade sofredora. Na mesma época, os espanhóis utilizavam as drogas alucinógenas como uma forma de autocastigo, pois para este povo, Droga significava "Demônios". O uso do ópio era incentivado na guerra civil americana (1776) para fornecer alívio à dolorosa vida dos soldados. 1960 foi o auge do LSD (a era dos ácidos), muitos psiquiatras receitavam impiedosamente o consumo deste tipo de droga. Em 1970 proliferação da cocaína e seus derivados, entre eles o "crack", e mais recentemente aparecendo o ecstasy, mais popular entre as classes média e alta.O fenômeno da geração Beat, a contracultura e o movimento hippie criaram sobre as drogas uma aura de resistência e um símbolo de liberdade, através da música e da maneira de se vestir.Porém os grupos de rock, as drogas e o sexo tornaram-se uma grande industria lucrativa.Perderam seu caráter de protesto.A humanidade ingressou na década de  80 imersa numa grande crise de valores que permanece até hoje.
Mesmo liberada a droga sempre vai custar dinheiro e por custar dinheiro e se tornar objeto de necessidade de um viciado, caso ele não tenha dinheiro para comprar a droga, não se incomodará em roubar, seja da própria família, seja de amigos. E muitas mulheres podem até se prostituir quando pressionadas por essas situações.Mesmo liberada muita gente vai se drogar e matar pessoas sobre o efeito de drogas, isso não vai mudar.
Por todos esses motivos, e mesmo concordando que a discussão do assunto seja benéfica, acredito muito mais na educação, na prevenção e no tratamento do que na sua liberação. O estado tem que ao mesmo tempo educar e proteger as pessoas, dito isso, uma política restritiva e não liberal de drogas é o que defendo.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Liberar as drogas?

É notável o crescimento de uma corrente de pessoas que se mobilizam para defender a liberação do consumo e da venda de drogas em nosso país. Usando argumentos pífios como se Estado fosse competente de criar uma estrutura capaz de realizar uma fiscalização segura e eficiente da “qualidade da droga” e de sua distribuição, isso não é feito nem com remédios, já que a ANVISA não é perfeita , imagina com cocaína.A receita proveniente da atividade ,juntamente com a grana economizada com a repressão policial, supostamente bancaria campanhas de esclarecimento e tratamento a dependentes. Chega a ser imoral propor uma coisa dessas, você primeiro cria dependentes químicos e viciados deixando eles se matarem e depois cuida deles, ou o que sobra deles.E vale lembrar que o Congresso Nacional acaba de rejeitar a volta dos bingos justamente por constatar que não haveria uma fiscalização pública eficiente da atividade.E obviamente se não haverá fiscalização para bingos muito menos haverá para as drogas.
Qualquer droga leve ou pesada é nociva a saúde, assim como o álcool e o cigarro, rever o papel regulador do Estado sobre substâncias entorpecentes e enfrentar as drogas como um problema prioritariamente de saúde pública é uma questão polemica e mostra claramente um viés liberal ideológico. É a onda do “tá tudo liberado” e do “legalize” de Bob Marley.Mas vivemos um momento onde foi criada uma lei seca para coibir motoristas que bebam e peguem no volante  e uma lei antifumo para não permitir que se fume em locais fechados.Agora com a liberalidade serei obrigado a me deparar com pessoas fumando maconha na rua e cheirando cocaína no capôs dos carros sem serem incomodadas.Já é deprimente ver pessoas vomitando de tanto beber na rua imagina se liberar o uso das outras drogas?
Maconha faz menos mal que cigarro, defendem os usuários da cannabis, aliás os maiores interessados em poder fumar seu “baseado” na rua sem ser incomodados, eu odeio cigarro, mas que eu saiba não existe cigarro nenhum que altere a conduta de alguém, não existe nicotina que faça alguém ficar meio abobado ou lesado das idéias.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Burgueses sem religião

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação

(Geração Coca-Cola – Legião Urbana)

Quanto mais segura uma pessoa se sente dentro do mundo, financeiramente falando, tanto menos necessitará refugiar-se em projeções religiosas, místicas ou soluções de conto de fadas para os problemas eternos de sua existência e tanto mais se permitirá buscar interpretações racionais. Muitos são os que rendem culto ao capital porque para eles o verdadeiro Deus do mundo é o DINHEIRO. O materialismo desenfreado é que é o verdadeiro demônio que reina nesse mundo de almas empoeiradas e insensatos corações.
Max Weber afirmava que : “À medida que a sociedade evolui economicamente, a religiosidade tende a diminuir”, os burgueses, quase todos eles, não precisam de religião, não precisam acreditar em Deus porque o dinheiro é capaz de suprir todas as suas necessidades. A felicidade é apenas uma questão de preço. Mas para o azar deles ela fica a cada dia mais cara, a cada dia eles precisam de mais e mais e mais e mais para serem felizes. A bolsa Lui Vitton lança um novo modelo a cada nova estação.
Há uma tendência natural de nós seres humanos vermos o mundo apenas através de nossa cultura, e como conseqüência dessa visão ficamos propensos a considerar o nosso modo de vida como o mais correto e o mais natural (isso é denominado etnocentrismo), depreciando o comportamento daqueles que agem fora dos padrões de nossa comunidade – discriminando o que pelos nossos olhos míopes consideramos comportamento desviante. Alimentar os pobres, dar a eles um pouco de dignidade porque “eles” não tiveram as mesmas oportunidades de ensino, de saneamento básico, de estrutura familiar, de lazer e de cultura parece não ser correto aos olhos da burguesia do centro-sul desse país. Agora no Brasil querer que haja uma distribuição mais justa dos recursos e uma rede de proteção social que compense os 500 anos de domínio de oligarquias, de coronelismo, de burguesia corrupta e inescrupulosos empresários é chamado de comunismo ou socialismo. Justiça social não tem rótulos.
A resposta a esses ignorantes é o conceito europeu do welfare state, o estado de bem-estar, no qual as classes podem coexistir em harmonia e sem graves distorções sociais. Querer que o próximo tenha uma vida digna e feliz não é comunismo nem socialismo, é humanidade. Porém mesmo na Europa, que agora passa por uma grave crise, o estado começa a tirar daqueles que precisam para beneficiar os bancos e especuladores. No Brasil essa situação pode também acontecer na medida em que se tentará convencer o povo que quem é pobre é pobre porque não gosta de trabalhar, porque é preguiçoso, que “o povo do nordeste” é sustentado pelo “povo do sul”.Uma mentalidade individualista então nasce para justificar a sonegação fiscal e a desonestidade.Porque essas pessoas pensam que o imposto que elas pagam não deve servir para “sustentar vagabundos”.
As graves distorções sócias desse país perduram porque há entre nós fariseus perversos que pagam salários injustos, que sonegam impostos, que discriminam, que ignoram que vivemos num país injusto e profundamente desigual desde nossa colonização. “Eles” se esquecem que devemos amar nosso próximo assim como amamos a nós mesmos. A espiritualidade serve justamente para nos tornarmos menos máquinas e mais humanos, menos egoístas e plenamente conscientes que todos os nossos atos são passiveis de recompensa ou castigo sobrenatural.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Onde estão os ladrões?

Onde estão os ladrões?/Onde está o assassino?/Talvez escondendo-se/No quintal do vizinho/Foram vistos de joelho/Sentados ou em pé/Parados dando lições/Em todas as posições/Pregando nas igrejas/Até oferecendo concertos
Foram vistos em todos os coquetéis/Repartindo ministérios
(Dónde Están Los Ladrones – Shakira)

É preciso saber onde eles estão e saber o que aconteceu com eles, fazemos parte da “sociedade organizada” que está vigilante e que está cada vez mais consciente que é chegada a hora de moralizar todas as instituições desse país. A impunidade é o sintoma de uma nação doente, de uma nação incompleta que não proporciona aos seus cidadãos honestos a cidadania tão necessária para um país justo e cumpridor do lema positivista que ostenta nossa bandeira. Ordem e progresso.
Jorgina de Freitas  na década de 1990 fraudou o INSS em R$ 1,2 bilhão. Foi condenada a 14 anos de prisão em 1992. A acusada terá que ressarcir o INSS em R$ 200 milhões. Para o abatimento da dívida, os 57 imóveis dela vão a leilão.De acordo com a Justiça, as fraudes, realizadas com o pagamento de indenizações falsas, foram cometidas em São João de Meriti, Duque de Caxias e Vassouras .Foi solta após cumprir sua pena no dia 12/06/2010
O ex-promotor Igor Ferreira da Silva, 42, Condenado por matar a mulher, grávida de sete meses, Patrícia Aggio Longo, com dois tiros à queima-roupa, passou nove anos na condição de fugitivo e foi preso em 2009. A motivação do crime teria sido um exame de DNA revelou que o filho que ela esperava não era dele. A defesa desqualifica o laudo emitido pela USP afirmando que foi contaminado por manipulação indevida e preparado por profissional não qualificado. Igor foi condenado a 16 anos e 4 meses de prisão em regime fechado encontra-se preso e aguarda novo julgamento.
Hildebrando Pascoal conhecido popularmente como o Deputado da Motoserra, coronel da Polícia Militar do Estado do Acre foi eleito deputado federal e ao mesmo tempo em que comandava a corporação, chefiava o crime organizado no Estado, praticando crimes com requintes de extrema crueldade. Somadas, suas penas totalizam mais de 100 anos de prisão e ainda existem processos pendentes de julgamento. Além dos assassinatos, apurou-se que Hildebrando envolveu-se em narcotráfico, crimes contra a ordem financeira, sonegação fiscal, porte ilegal de arma, compra de votos e aliciamento de eleitores através de droga acondicionadas em embalagens de comida, caso que ficou conhecido como “Operação Marmitex”.
Salvatore Cacciola é um banqueiro ítalo-brasileiro, proprietário do falido Banco Marka, que foi condenado por crimes contra o sistema financeiro no Brasil e que ficou foragido na Itália, após seu banco ter recebido um expressivo aporte financeiro do Banco Central do Brasil a título de "cobrir prejuízos com operações de câmbio". Entretanto, como acabou se comprovando na CPI a respeito e com a também condenação a 10 anos de cadeia do então presidente do Banco Central o economista Francisco Lopes (um dos mentores do Plano Real), a operação era ilícita e causou danos ao patrimonio nacional de quase US$4 bilhões. Em setembro de 2007, Cacciola saiu da Itália, onde tem cidadania e, por isso, não podia ser extraditado para o Brasil, e foi para Mônaco. O objetivo dele era passar um final de semana com a nova namorada.Foi preso por agentes da Interpol atendendo a alerta de difusão vermelho emitido pela Polícia Federal brasileira.
Encontra-se preso em Bangú 8 onde cumpre pena de 13 anos de prisão por crimes de gestão fraudulenta e desvio de dinheiro público. Divide cela com 27 outros criminosos (entre eles, um vereador acusado de chefiar uma milícia, um dentista que ateou fogo na mulher e um pedófilo).