quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Meu partido é um coração partido


Igualdade absoluta é impossível, mas uma sociedade mais justa é totalmente viável e deveria ser o sonho de todo brasileiro. O Brasil, que é a oitava economia do mundo, ocupa atualmente o 73° lugar no IDH do planeta, índice que demonstra o grau de desenvolvimento humano de uma nação, mas que também indica o nível de desigualdade social.
Hoje em dia, basta um pouco de atenção e olhar crítico, que se enxerga claramente uma ética conservadora e desigualitária em nosso país, ainda dominado por relações sociais de profundo preconceito. Eu sei que o mundo nunca será modificado somente por idéias e sentimentos generosos, porque é da natureza humana competir e segregar. Mas a sociedade moderna é hipócrita quando vende a idéia de ser bastante variada e receptiva, quando na verdade só está interessada em manter seus padrões aceitáveis e que eles sejam repetidos e mantidos incólumes.
A educação desse país começou com os jesuítas que com suas missões vieram cristianizar e catequizar os índios. A maior cidade hoje do Brasil, nasceu a partir do pátio de um colégio. Mas nosso país trata a educação ainda como algo secundário e não como uma prioridade de vida ou morte. Para sobrevivermos enquanto nação justa, só a educação do nosso povo pode nos salvar. Mas parece não haver interesse.O fato é que aos trancos e barrancos, mesmo se educando em universidades de qualidade duvidosa ou em escolas precárias nosso povo está se formando.E isso terá conseqüências a longo prazo para os políticos mal intencionados.O povo está cada vez mais difícil de se enganar ou de se vender.
Eu não me iludo com nenhum político, aliás, o termo “político” deveria mesmo ser banido de tão sujo que ficou, deveríamos é usar gestor publico, como uma maneira de profissionalizar ou de dar uma nova chance a ética nesse país.Um político só está interessado em alianças, já um gestor publico se preocupa com a administração e com a melhor eficiência dos processos.O conhecimento está mudando o perfil do brasileiro, lentamente estamos nos tornando um povo mais culto, mais consciente, mais cidadão, não vai demorar muito para que Brasil não seja mais sinônimo de bagunça e de péssima organização.
Os problemas vão sempre existir, perfeição é impossível, porque a vida, um país e um povo é uma incansável e eterna construção.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Meus inimigos estão no poder

O princípio fundamental da democracia é que todo poder emana do povo e em seu nome é exercido, porém desde a época em que o Brasil era uma colônia de Portugal, quando uma corte corrupta e inábil governava esse país, que a política praticada em nosso território é dominada por escândalos, desvios e gente mal intencionada que objetiva o poder apenas para benefícios próprios ou de sua camarilha. Raros são os exemplos de gente honesta que eleita pensa sinceramente no interesse público e na construção de uma sociedade mais justa. Mas se eles existem é porque ainda resta em nossa sociedade esperança, esperança de que a política ainda seja um instrumento capaz de promover a justiça e o bem estar social de maneira plena.
Segundo o filosofo Rouseau, o progresso da civilização criou a divisão do trabalho e da propriedade, fazendo surgir ricos e pobres, poderosos e fracos. Assim, a sociedade política surgiu como um mal necessário, para servir de intermediária e manter a ordem evitando o recrudescimento das desigualdades. Em nosso país vemos nossos representantes aumentando seus salários ao teto máximo do funcionalismo público (no caso dos congressistas) e por conseqüência, ao patamar mais elevado possível em todas outras casas legislativas, enquanto o salário mínimo é sempre ajustado pelo mínimo necessário. Ao invés de promover um reajuste de seus vencimentos de maneira justa e compatível com a realidade econômica do país, a classe política opta pela continuidade da sua desmoralização, da cada vez mais flagrante perda de sua legitimidade como intermediários entre o povo e o Estado. E a grita, as manifestações de repúdio, os reclames da população também são mínimos, são na mesma proporção da consideração dispensada por aqueles que elegemos.
Eu fico indignado porque como cidadão de uma sociedade democrática, sei que o interesse coletivo será sempre maior do que qualquer interesse particular.