segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Escala evolucionária

As diferenças de comportamento entre as pessoas com as quais convivemos me faz acreditar que neste planeta coexistem ao mesmo tempo seres humanos com os mais variados graus de evolução espiritual. Numa escala que conta desde pessoas que se preocupam apenas com a sobrevivência e em estar vivo até aqueles cuja auto aceitação reconhece e aceita as suas próprias deficiências e faltas, como meras etapas ao longo do caminho para adquirir mais habilidades. Nessa escala cabem todas pessoas do mundo e sua evolução espiritual não é medida pelo seu status social ou bens, muito pelo contrário, o que torna alguém mais evoluído é justamente desfrutar dos prazeres da vida, sem estar apegado a qualquer um deles.
Isto explica porque muitas vezes temos que lidar com pessoas tão diferentes de nós mesmos, passar por situações de muito conflito e conviver com seres absolutamente hipócritas e insensatos. Explica porque muitas vezes em alguns lugares nos sentimos “peças redondas nos buracos quadrados”, porque incomodamos os outros sem saber porquê ou causamos boa impressão sem precisar fazer força. Não sou capaz de saber com certeza (seria presunção ou vaidade, duas características de pouca evolução) em qual grau estou, mas posso arriscar em qual não estou. Não estou entre aqueles que buscam reconhecimento motivados pelo ego. Estou entre aqueles que buscam o desenvolvimento pessoal ao longo de um caminho que seja natural. Não estou entre os preconceituosos, racistas e orgulhosos. Estou entre aqueles que respeitam as visões do mundo dos outros e seus hábitos, costumes e culturas, mesmo que não concorde com eles.
O caráter das pessoas quando não se revela na linguagem, cedo ou tarde transparece através dos atos, muitos dos materialistas tentam escamotear seus verdadeiros interesses se travestindo de espiritualizados, no entanto seu real propósito de vida claramente aponta para o material. Mais do que enganar aos outros, enganam a si mesmos sem medidas. Há quem se considera evoluído, mas revela seu atraso quando expõe seu anseio de justiça que cheira a vingança.
Seres de pouca evolução escolhem suas vítimas entre as pessoas honestas e seja qual for a posição social que ocupem, o brilhante verniz da civilização não os livra do opróbrio e da ignomínia. Assim convivemos com aqueles que julgam saber mais do que realmente sabem. Tem aqueles que nem são bastante bons para fazerem o bem, nem bastante maus para fazerem o mal. Mas tem também aqueles cuja qualidade principal é a bondade, porém seu saber é bastante limitado, seu progresso realizou-se mais no sentido moral do que intelectual. Convivemos com aqueles que são dotados de uma capacidade intelectual que lhes permite julgar com precisão os homens e as coisas, porém incapazes de fazer uma autocritica, de ver em si mesmos, os defeitos que tanto apontam nos outros. Tem aqueles que ainda, ao estarem filiados a uma crença ou religião pensam estar num patamar superior aos demais e é justamente este falso pedestal que os rebaixa.

Quem está aqui, seja lá em qual grau de evolução esteja, admira a virtude, mas não consegue vencer o vício. Exalta a palavra mansa dos quais admiras, mas frequentemente cai na expressão agressiva e violenta. Nós na maioria das vezes queremos o bem, mas muitas vezes nos envolvemos com o mal. Enfim, evolução não é uma questão de competição, de ser melhor ou pior que alguém, é vencer a si mesmo, estar sempre cheio de curiosidade, em busca da virtude, a procura de um ideal e com uma inquietação profunda de aprender e evoluir.

domingo, 24 de janeiro de 2016

A vida escorre pelos dedos

A vida é frágil, parece com um punhado de areia na mão. Por mais que a gente a segure forte, ela vai devagarinho escapando aos poucos entre os nossos dedos, de grão em grão. E se a gente abrir a palma demais, ela voa pelos ares, se dispersa no vento se espalhando toda por aí. Para cada prazer um sofrer, para cada oi um ai! Para cada sorrir um chorar, assim é viver e morrer. Em cada gota do oceano sempre existirá uma razão para lembrar, mas do outro lado, em cada grão de areia, haverá também mil motivos para esquecer.