quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Meus heróis morreram de overdose

Por que alguém se droga? Penso ser essa uma pergunta fundamental para se tomar uma posição diante do assunto. E é fato que a resposta não será uníssona, já que cada pessoa que lança mão de sua sobriedade para buscar estados alterados de consciência terá um motivo. Porém é possível se estabelecer um paradoxo comum a esses indivíduos. Estão querendo fugir da realidade, seja utilizando a droga de maneira recreativa, para se divertir ou para “relaxar”, ou de forma compulsiva e continuada.
Droga pra mim é veneno e eu jamais aceitaria defender sua liberação, e sinto-me moralmente agredido quando vejo pessoas defendendo liberar seu consumo. O vício é algo traiçoeiro que no começo agrada e depois aprisiona as pessoas, por isso pra mim droga é um triste capitulo da degradação humana e que com um punhado de evolução e educação, todos nós podemos adquirir uma sólida convicção de que a vida pode ser dominada de modo realista. O próprio argumento de se tratar os viciados como doentes e não como criminosos,serve para mostrar que não se deve estimular nas pessoas que elas fiquem doentes, mas incitar uma conscientização cada vez maior para a importância de ter uma vida saudável.Os jovens são os maiores consumidores de drogas porque na fase que se encontram há um desejo e uma necessidade de rebeldia, afirmação e busca por emoções e adrenalina.Para buscar novas emoções muito melhor seria praticar esportes, convencionais ou radicais e ter contato com a natureza, é muito mais saudável, basta educar um jovem e ele buscará caminhos melhores.
Droga é qualquer substância que, introduzida no organismo, modifica alguma função. Além de acarretar dependência, provoca desvios da conduta, e é usada tanto pelo seu efeito como para neutralizar os fenômenos desagradáveis da abstinência. Segundo a OMS, tóxico, em grego tókson, quer dizer 'arco', 'flecha', 'arco e flecha'; e a forma adjetiva toksikós, 'relativo a arco, flecha, arco e flecha'. Assim, toksikón phármacon é 'veneno para flecha'. Curiosamente, o significado de phármacon estendeu-se a toksikón; e quando o poeta grego Ovídio fala em toxicum, quer dizer 'veneno para flecha'. Já para outros pensadores gregos como Horácio e Columela, a palavra já tem sentido mais amplo: quer dizer veneno em geral.
Estudando a história do uso de drogas na sociedade percebemos que sua liberalização é muito mais um retrocesso do que um avanço a civilização. O ópio foi por muito tempo cultivado livremente por camponeses, por volta do século XVI, como fonte de alívio de sua triste realidade sofredora. Na mesma época, os espanhóis utilizavam as drogas alucinógenas como uma forma de autocastigo, pois para este povo, Droga significava "Demônios". O uso do ópio era incentivado na guerra civil americana (1776) para fornecer alívio à dolorosa vida dos soldados. 1960 foi o auge do LSD (a era dos ácidos), muitos psiquiatras receitavam impiedosamente o consumo deste tipo de droga. Em 1970 proliferação da cocaína e seus derivados, entre eles o "crack", e mais recentemente aparecendo o ecstasy, mais popular entre as classes média e alta.O fenômeno da geração Beat, a contracultura e o movimento hippie criaram sobre as drogas uma aura de resistência e um símbolo de liberdade, através da música e da maneira de se vestir.Porém os grupos de rock, as drogas e o sexo tornaram-se uma grande industria lucrativa.Perderam seu caráter de protesto.A humanidade ingressou na década de  80 imersa numa grande crise de valores que permanece até hoje.
Mesmo liberada a droga sempre vai custar dinheiro e por custar dinheiro e se tornar objeto de necessidade de um viciado, caso ele não tenha dinheiro para comprar a droga, não se incomodará em roubar, seja da própria família, seja de amigos. E muitas mulheres podem até se prostituir quando pressionadas por essas situações.Mesmo liberada muita gente vai se drogar e matar pessoas sobre o efeito de drogas, isso não vai mudar.
Por todos esses motivos, e mesmo concordando que a discussão do assunto seja benéfica, acredito muito mais na educação, na prevenção e no tratamento do que na sua liberação. O estado tem que ao mesmo tempo educar e proteger as pessoas, dito isso, uma política restritiva e não liberal de drogas é o que defendo.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Liberar as drogas?

É notável o crescimento de uma corrente de pessoas que se mobilizam para defender a liberação do consumo e da venda de drogas em nosso país. Usando argumentos pífios como se Estado fosse competente de criar uma estrutura capaz de realizar uma fiscalização segura e eficiente da “qualidade da droga” e de sua distribuição, isso não é feito nem com remédios, já que a ANVISA não é perfeita , imagina com cocaína.A receita proveniente da atividade ,juntamente com a grana economizada com a repressão policial, supostamente bancaria campanhas de esclarecimento e tratamento a dependentes. Chega a ser imoral propor uma coisa dessas, você primeiro cria dependentes químicos e viciados deixando eles se matarem e depois cuida deles, ou o que sobra deles.E vale lembrar que o Congresso Nacional acaba de rejeitar a volta dos bingos justamente por constatar que não haveria uma fiscalização pública eficiente da atividade.E obviamente se não haverá fiscalização para bingos muito menos haverá para as drogas.
Qualquer droga leve ou pesada é nociva a saúde, assim como o álcool e o cigarro, rever o papel regulador do Estado sobre substâncias entorpecentes e enfrentar as drogas como um problema prioritariamente de saúde pública é uma questão polemica e mostra claramente um viés liberal ideológico. É a onda do “tá tudo liberado” e do “legalize” de Bob Marley.Mas vivemos um momento onde foi criada uma lei seca para coibir motoristas que bebam e peguem no volante  e uma lei antifumo para não permitir que se fume em locais fechados.Agora com a liberalidade serei obrigado a me deparar com pessoas fumando maconha na rua e cheirando cocaína no capôs dos carros sem serem incomodadas.Já é deprimente ver pessoas vomitando de tanto beber na rua imagina se liberar o uso das outras drogas?
Maconha faz menos mal que cigarro, defendem os usuários da cannabis, aliás os maiores interessados em poder fumar seu “baseado” na rua sem ser incomodados, eu odeio cigarro, mas que eu saiba não existe cigarro nenhum que altere a conduta de alguém, não existe nicotina que faça alguém ficar meio abobado ou lesado das idéias.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Burgueses sem religião

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação

(Geração Coca-Cola – Legião Urbana)

Quanto mais segura uma pessoa se sente dentro do mundo, financeiramente falando, tanto menos necessitará refugiar-se em projeções religiosas, místicas ou soluções de conto de fadas para os problemas eternos de sua existência e tanto mais se permitirá buscar interpretações racionais. Muitos são os que rendem culto ao capital porque para eles o verdadeiro Deus do mundo é o DINHEIRO. O materialismo desenfreado é que é o verdadeiro demônio que reina nesse mundo de almas empoeiradas e insensatos corações.
Max Weber afirmava que : “À medida que a sociedade evolui economicamente, a religiosidade tende a diminuir”, os burgueses, quase todos eles, não precisam de religião, não precisam acreditar em Deus porque o dinheiro é capaz de suprir todas as suas necessidades. A felicidade é apenas uma questão de preço. Mas para o azar deles ela fica a cada dia mais cara, a cada dia eles precisam de mais e mais e mais e mais para serem felizes. A bolsa Lui Vitton lança um novo modelo a cada nova estação.
Há uma tendência natural de nós seres humanos vermos o mundo apenas através de nossa cultura, e como conseqüência dessa visão ficamos propensos a considerar o nosso modo de vida como o mais correto e o mais natural (isso é denominado etnocentrismo), depreciando o comportamento daqueles que agem fora dos padrões de nossa comunidade – discriminando o que pelos nossos olhos míopes consideramos comportamento desviante. Alimentar os pobres, dar a eles um pouco de dignidade porque “eles” não tiveram as mesmas oportunidades de ensino, de saneamento básico, de estrutura familiar, de lazer e de cultura parece não ser correto aos olhos da burguesia do centro-sul desse país. Agora no Brasil querer que haja uma distribuição mais justa dos recursos e uma rede de proteção social que compense os 500 anos de domínio de oligarquias, de coronelismo, de burguesia corrupta e inescrupulosos empresários é chamado de comunismo ou socialismo. Justiça social não tem rótulos.
A resposta a esses ignorantes é o conceito europeu do welfare state, o estado de bem-estar, no qual as classes podem coexistir em harmonia e sem graves distorções sociais. Querer que o próximo tenha uma vida digna e feliz não é comunismo nem socialismo, é humanidade. Porém mesmo na Europa, que agora passa por uma grave crise, o estado começa a tirar daqueles que precisam para beneficiar os bancos e especuladores. No Brasil essa situação pode também acontecer na medida em que se tentará convencer o povo que quem é pobre é pobre porque não gosta de trabalhar, porque é preguiçoso, que “o povo do nordeste” é sustentado pelo “povo do sul”.Uma mentalidade individualista então nasce para justificar a sonegação fiscal e a desonestidade.Porque essas pessoas pensam que o imposto que elas pagam não deve servir para “sustentar vagabundos”.
As graves distorções sócias desse país perduram porque há entre nós fariseus perversos que pagam salários injustos, que sonegam impostos, que discriminam, que ignoram que vivemos num país injusto e profundamente desigual desde nossa colonização. “Eles” se esquecem que devemos amar nosso próximo assim como amamos a nós mesmos. A espiritualidade serve justamente para nos tornarmos menos máquinas e mais humanos, menos egoístas e plenamente conscientes que todos os nossos atos são passiveis de recompensa ou castigo sobrenatural.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Onde estão os ladrões?

Onde estão os ladrões?/Onde está o assassino?/Talvez escondendo-se/No quintal do vizinho/Foram vistos de joelho/Sentados ou em pé/Parados dando lições/Em todas as posições/Pregando nas igrejas/Até oferecendo concertos
Foram vistos em todos os coquetéis/Repartindo ministérios
(Dónde Están Los Ladrones – Shakira)

É preciso saber onde eles estão e saber o que aconteceu com eles, fazemos parte da “sociedade organizada” que está vigilante e que está cada vez mais consciente que é chegada a hora de moralizar todas as instituições desse país. A impunidade é o sintoma de uma nação doente, de uma nação incompleta que não proporciona aos seus cidadãos honestos a cidadania tão necessária para um país justo e cumpridor do lema positivista que ostenta nossa bandeira. Ordem e progresso.
Jorgina de Freitas  na década de 1990 fraudou o INSS em R$ 1,2 bilhão. Foi condenada a 14 anos de prisão em 1992. A acusada terá que ressarcir o INSS em R$ 200 milhões. Para o abatimento da dívida, os 57 imóveis dela vão a leilão.De acordo com a Justiça, as fraudes, realizadas com o pagamento de indenizações falsas, foram cometidas em São João de Meriti, Duque de Caxias e Vassouras .Foi solta após cumprir sua pena no dia 12/06/2010
O ex-promotor Igor Ferreira da Silva, 42, Condenado por matar a mulher, grávida de sete meses, Patrícia Aggio Longo, com dois tiros à queima-roupa, passou nove anos na condição de fugitivo e foi preso em 2009. A motivação do crime teria sido um exame de DNA revelou que o filho que ela esperava não era dele. A defesa desqualifica o laudo emitido pela USP afirmando que foi contaminado por manipulação indevida e preparado por profissional não qualificado. Igor foi condenado a 16 anos e 4 meses de prisão em regime fechado encontra-se preso e aguarda novo julgamento.
Hildebrando Pascoal conhecido popularmente como o Deputado da Motoserra, coronel da Polícia Militar do Estado do Acre foi eleito deputado federal e ao mesmo tempo em que comandava a corporação, chefiava o crime organizado no Estado, praticando crimes com requintes de extrema crueldade. Somadas, suas penas totalizam mais de 100 anos de prisão e ainda existem processos pendentes de julgamento. Além dos assassinatos, apurou-se que Hildebrando envolveu-se em narcotráfico, crimes contra a ordem financeira, sonegação fiscal, porte ilegal de arma, compra de votos e aliciamento de eleitores através de droga acondicionadas em embalagens de comida, caso que ficou conhecido como “Operação Marmitex”.
Salvatore Cacciola é um banqueiro ítalo-brasileiro, proprietário do falido Banco Marka, que foi condenado por crimes contra o sistema financeiro no Brasil e que ficou foragido na Itália, após seu banco ter recebido um expressivo aporte financeiro do Banco Central do Brasil a título de "cobrir prejuízos com operações de câmbio". Entretanto, como acabou se comprovando na CPI a respeito e com a também condenação a 10 anos de cadeia do então presidente do Banco Central o economista Francisco Lopes (um dos mentores do Plano Real), a operação era ilícita e causou danos ao patrimonio nacional de quase US$4 bilhões. Em setembro de 2007, Cacciola saiu da Itália, onde tem cidadania e, por isso, não podia ser extraditado para o Brasil, e foi para Mônaco. O objetivo dele era passar um final de semana com a nova namorada.Foi preso por agentes da Interpol atendendo a alerta de difusão vermelho emitido pela Polícia Federal brasileira.
Encontra-se preso em Bangú 8 onde cumpre pena de 13 anos de prisão por crimes de gestão fraudulenta e desvio de dinheiro público. Divide cela com 27 outros criminosos (entre eles, um vereador acusado de chefiar uma milícia, um dentista que ateou fogo na mulher e um pedófilo).

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Nome aos bois – Tropa de Elite 2

Para quem vive o dia-a-dia da violência no Rio de Janeiro o filme Tropa de Elite 2 é muito mais um documentário do que um filme de ação. Estão lá todos os fatos e personagens que protagonizam a degradação da situação até o que hoje culminou com a ação do estado e do poder público de expulsão e ocupação das favelas do Cruzeiro e do Complexo do Alemão. É bom lembrar que a cidade do Rio de Janeiro tem 6.323.037 habitantes e que são 1.006 favelas. Um bilhão de pessoas no mundo vive em favelas.
Como uma obra de ficção e para evitar possíveis processos os roteiristas do filme e o diretor Padilha, embaralharam um pouco os personagens, porém alguns são visivelmente inspirados na realidade.O deputado Fortunado, líder das milícias, é inspirado claramente em Natalino Guimarães(DEM), que chefiava a milícia Liga da Justiça.Hoje encontra-se preso junto com o irmão, o vereador Jerominho (PMDB) em Bangu 8.
A repórter e o fotógrafo foram inspirados nos profissionais do jornal O Dia, que foram seqüestrados e barbaramente torturados na favela do Batam, no episódio que acabou acendendo o estopim que permitiu a instalação da CPI das Milícias. O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), o único oficialmente reconhecido como inspirador de um personagem — o deputado Diogo Fraga, militante de direitos humanos, que presidiu a CPI das Milícias, que no mundo real indiciou 226 pessoas. O ex-PM Rodrigo Pimentel, cuja atuação na vida real como oficial do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) inspirou a criação do controvertido personagem Capitão Nascimento. Mathias, vivido pelo ator André Ramiro, é a versão de André Batista, um dos autores do livro Elite da Tropa, que deu origem ao primeiro filme. Ele é Major do BOPE e foi negociador no sequestro do ônibus 174. "Trocava tiro com vagabundo e depois ouvia teorias de Durkheim. Como ele, percebi o preconceito como um retrato da sociedade" – declarou certa vez.
A figura do governador é uma compilação de vários ex-governadores do estado: Benedita da Silva, Rosinha Garotinho, Garotinho e até mesmo Sérgio Cabral o atual governador do estado.
E finalmente Marcelo Itagiba(PSDB) que é na trama representado pelo secretário de segurança do Rio de Janeiro, Guaracy, corrupto ligado as milícias que foram seu reduto eleitoral para sua eleição a Deputado Federal e que hoje está lá no Congresso Nacional em Brasília.
Tem parlamentar nesse país que é muito mas chefe de quadrilha do que deputado.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A guerra do Rio

Nesse momento, de conflito e confronto entre os agentes de segurança e os bandidos, eu que sou paulista me coloco ao lado dos cariocas, lado este em que já estive fisicamente quando morei alguns anos da minha vida no Rio de Janeiro e em Niterói. Já me senti carioca um dia e até hoje ainda me sinto ao me recordar da cidade fluminense sempre sorrindo pro mar. Ao lembrar os amores, amigos e amigas cariocas de fala arrastada com seus erres e esses, e bom humor. Ainda há no meu peito um invisível dragão tatuado de menino do rio.
Sempre tive a impressão de que o Rio de Janeiro era ao mesmo tempo a cidade mais linda e mais abandonada do mundo inteiro. Linda porque a junção de belezas naturais, urbanas e humanas proporciona uma experiência única em qualquer viajante. E dá aos cariocas uma sensação de que o Rio é prazer e dor, relaxamento e um céu e inferno ao mesmo tempo.
Cidade mais abandonada do mundo, “cidade partida” como diria Zuenir Ventura, quase, quase uma faixa de gaza, um meio Iraque, um terço de Vietnã, a violência urbana é resultado de uma violência política operacionalizada pelo abandono do estado, pela transformação das comunidades em currais eleitorais, porque o interesse eleitoral sempre foi colocado a frente do interesse publico e do social.
É muito fácil pra quem não mora numa favela, que são verdadeiros guetos e não condomínios, dizer que tem que remover a população das casas e jogar uma bomba lá pra matar os traficantes. Não quero ver sangue, não quero ver ninguém sendo morto, quero é justiça pro Rio de Janeiro e pros cariocas, tráfico de drogas sempre vai existir porque sempre haverá viciados e gente vendendo pra eles, o que não pode haver é crime organizado e com armas na mão.
As UPPs são apenas o primeiro passo de uma longa jornada, a guerra do Rio que parecia perdida agora dá sinais de que há novidades no front, há esperança, há um novo Rio nascendo, um novo país que já não ignora mais as guerras invisíveis que estão sendo travadas desde o nosso “descobrimento”.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Preconceito Sociedade Anônima

Reina entre nós um falso clima de paz, fulano de tal te abraça e te aperta à mão, mas é virar as costas que ele te esculhamba.  Vivemos num ninho de cobras, num covil de cães, é tudo junto e misturado, mas as pessoas me dão essa impressão que estão sempre com inveja, inseguras, e mentindo ou representando, que estamos mesmo é cercados de preconceitos por todos os lados, preconceitos sociais, como os contra negros, contra nordestinos ou contra pobres e o ódio e a intolerância contra os homossexuais. Há até mesmo entre nossos pequenos o Bullying, crianças que criam apelidos para humilhar os colegas, há os adultos que sadicamente expõe ao ridículo as pessoas consideradas “diferentes” lhe dando apelidos pejorativos e vexatórios. Já foi assim com aqueles que nasceram com necessidades especiais e que antes eram chamados de “mongol” ou “aleijados”, mas que graças a uma profunda mudança cultural hoje são tratados com carinho e respeito.
Sempre existiram discriminações de ordem física com as pessoas que são mais gordas, muito brancas, mais baixas, muito magras, mais altas, mais velhas, mais novas, enfim todas aquelas que não preenchem os requisitos para serem consideradas “normais” ou dentro do “estereótipo perfeito”. Não se vê pessoas brancas, ricas e de olhos azuis sofrendo preconceito, se vê? A natureza humana é de se fazer distinção, há em nossos instintos mais básicos o prazer obtido com o sadismo da humilhação.
Na Europa a xenofobia e a intolerância religiosa têm chegado a níveis absurdos o que já nos permite assustadoramente afirmar que o surgimento de um novo Adolf Hitler entre eles já é uma possibilidade muito real. O dinheiro dos turistas estrangeiros eles querem, mas o “peso” social e conviver com a diferença, eles tem asco, horror e nojo. Uma limpeza étnica na Europa pare ser infelizmente uma questão de tempo. Em tempos de guerra isso era aberto, porém em tempos de paz ainda é velado, embora quase que já uma política de estado, como na França, outrora considerada uma nação liberal, mas que já tomou várias medidas intolerantes com a proibição dos véus das muçulmanas nas escolas públicas.
As pessoas têm muita dificuldade de conviver com a pluralidade de comportamentos, por isso discriminam tudo aquilo que foge do “padrão”, do que aprenderam ser a única maneira “correta” de ser, do que é “certo”, do que é “normal”, por isso, por exemplo, discriminam-se quem não se casa ao tempo “certo”, quem não tem filhos quando “deveria”, chama de gay homem que é sensível e de lésbica mulher que é mais durona. Para aqueles que têm um pingo de vergonha na cara a discriminação e o preconceito são silenciosos, estão nos olhares de reprovação, nas conversas de pé do ouvido, por debaixo dos panos, ou a portas fechadas. Embora preconceituosas elas têm vergonha de si mesmas e preferem se esconder.
Mas há aqueles que ostentam abertamente o seu preconceito com as pessoas que por algum motivo tem alguma característica física, orientação sexual, cor da pele ou mesmo que não tiveram as mesmas oportunidades que as suas e que ao invés de ser objeto de escárnio deveriam ser tratadas com respeito. Recentemente no Brasil no distrito federal um grupo de jovens queimou vivo um índio Pataxó , no Rio outro grupo apedrejou uma doméstica que esperava seu ônibus e em São Paulo quebraram lâmpadas  na cabeça de um grupo de homossexuais.Pra nos salvar um pouco, ainda bem que há ao nosso favor que somos uma nação em que as pessoas se misturam, a miscigenação que existe entre nós desde o tempo que os senhores de engenho se aproveitavam das mucamas na casa grande ou na senzala.
No mundo os negros foram escravizados de maneira bruta e desumana, Hitler exterminou os judeus , houve uma limpeza étnica na Bósnia e  um genocídio em Ruanda, nos Estados Unidos linchamento de negros e o incêndio de cruzes pela Ku Klux Klan, pintura de suásticas em frente a sinagogas e crime de ódio" contra latinos.
Enfim, o passado ainda nos condena, embora eu tenha esperança que o futuro algum dia nos absolva.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A cracolândia e a Suíça Brasileira

Todo mundo sabe. No centro da maior e mais rica cidade do país, São Paulo, existe uma área denominada cracolândia, onde o crack é consumido por centenas de pessoas a luz do dia e a noite toda. Não tenho dúvidas que existem várias ações do poder público contra essa abominável prática do consumo desenfreado de drogas, mas até agora elas não foram suficientes e nem surtiram efeito algum. Dessa forma, São Paulo vai sendo obrigada a conviver com esse “monumento” da degradação humana a céu aberto.
O governo do Estado de São Paulo anuncia investimentos de quase R$ 100 milhões em um centro de tratamento de esgoto em Campos do Jordão, a “Suíça Brasileira” como é também conhecida, um dos destinos turísticos favoritos da Classe média paulista em meses de inverno. Apesar da beleza da cidade, de fato agradável e muito gostosa para passeios, é notório o mau cheiro em seus pequenos rios que mais parecem córregos, o Sapucaí-Guaçu, Perdizes e Capivari. O Mau cheiro ofende os narizes sensíveis desses pobres paulistanos que de passeio pelas ruas frias da cidade entre chocolates quentes e cappuccinos se sentem incomodados. Na estância turística paulista, além das luxuosas casas de temporada, dos hotéis cinco estrelas (alguns com diárias de R$ 1.300) fica também a residência de inverno do governador.
Há um elo entre a Cracolândia e a “Suíça Brasileira”, antigamente Campos do Jordão foi uma estância de tratamento de doentes Tuberculosos por causa do clima, hoje a cidade de 46 mil habitantes chega a receber 500 mil visitantes num mês de temporada é área de preservação ambiental e de fato merece ser tratada com carinho. Mas o Estado de São Paulo talvez tenha prioridades maiores. O próprio município por ser rico poderia viabilizar a obra. Com um PIB per capita de R$ 10.482 e com uma receita municipal de cerca 100 milhões de reais anual daria par realizar a obra da ETE numa parceria entre o governo local e a iniciativa privada interessada em melhorar a cidade.
Saneamento básico é algo de fato básico em qualquer cidade, mas será que é assunto prioritário do estado cuidar do mau cheiro nos “córregos” da rica Campos do Jordão ou tentar de uma vez por todas combater o crack na capital? Fico imaginando se não seria uma ação mais urgente construir com esse montante um imenso hospital, com todas as modalidades de tratamento, para tratar dos viciados que se acumulam nas ruas do centro como se fosse “lixo humano”, como se vagassem num umbral ou num limbo despossuídos de suas almas. E nada de tomar medidas “higienistas” removendo os usuários para que os habitantes não sejam mais obrigados a conviver com essa miséria humana, mas cuidar deles e não varrer pra de baixo do tapete essas pessoas.
O mau cheiro dos córregos de Campos do Jordão pode sim esperar um pouco mais, porque tem outras coisas mais “fedidas” por aí que precisam de uma resolução mais urgente.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Quem é o palhaço?

Num primeiro momento eu desqualifiquei a eleição do palhaço Tiririca, classifiquei como “ignorantes” aqueles que o elegeram e os acusei de não ter consciência política. Mas nesse segundo momento quando ele prova que é alfabetizado e consegue a garantia de que será diplomado como um dos 513 Deputados Federais para a legislatura 2011-2014, eu o apoio com entusiasmo.
Apoio mesmo não tendo votado nele, mesmo não tendo me sentido representado por sua candidatura, mas agora deposito um voto de confiança na esperança que ele honre seu mandato e que surpreenda a todos nós. Que tudo que pese contra ele, como o fato de ser puxador de votos e ter elegido “serpentes” como Valdemar da Costa Neto e por desconhecer o que faz um legislador federal, seja contrabalançado com uma atuação positiva por mais improvável que pareça.Aliás a surpresa é algo muito próprio dos palhaços que nos fazem rir e nos divertem assim.Que esse palhaço nos faça rir muito dentro daquele circo chamado congresso nacional.Se não tiver torta na cara que tenham discursos engraçados.Humor também é uma forma eficiente de crítica.
Se Tiririca é o ícone do voto de protesto paulista, sufrágio de 1,3 milhão de votos, que ele consiga mostrar quem são os verdadeiros palhaços nesse país, se é o povo ou se são os picaretas do congresso quase todos com anel de doutor.
E que palhaçada mesmo é o que fazem conosco roubando o dinheiro dos nossos impostos através da corrupção e ainda por cima saem por aí em seus iates de luxo, carros importados e mansões, rindo na nossa cara. Afinal, então, quem é o palhaço? Nós, povo brasileiro e paulista, já elegemos palhaços bem “maiores” do que Tiririca como o Fernando Collor de Melo.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Salário Mínimo necessário

O Salário Mínimo necessário é o valor estimado pelo DIEESE(Departamento intersindical de estatística e estudos socioeconômicos) considerando o dispositivo constitucional que prevê as necessidades que o salário mínimo deveria suprir. Amparo legal: Constituição da República Federativa do Brasil, artigo 7º, inciso IV ("salário mínimo fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo,...").
E segundo o DIEESE o valor do salário mínimo necessário brasileiro está em R$ 2.132,09. Segundo essa pesquisa essa seria a ração essencial para uma família de dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto, para uma vida que “dá para o gasto”. O atual salário mínimo vigente no Brasil está em R$ 510,00. Todos nós sabemos que o nível atual de desenvolvimento é produção torna esse valor surreal, mas ele serve como parâmetro para os trabalhadores e como meta a ser alcançada pelo país como nação. O salário mínimo é o mais baixo valor de salário que os empregadores podem legalmente pagar a seus funcionários pelo tempo e esforço gastos na produção de bens e serviços. Também é o menor valor pelo qual uma pessoa pode vender sua força de trabalho. Existem aqueles que dizem que ele aumenta o nível de vida dos trabalhadores e reduz a pobreza. Os opositores dizem que, se for alto o suficiente para ser eficaz, ele aumenta o desemprego, especialmente entre os trabalhadores com pouca produtividade (devido à inexperiência ou deficiência), prejudicando assim os trabalhadores menos qualificados para o benefício dos mais qualificados. O que é uma grande bobagem.
A existência atual de programas assistenciais garantindo as pessoas uma renda mínima tem tido um impacto considerável no mercado de trabalho, já que as pessoas não trabalham mais por salários muito baixos. Se quiser empregada domestica a patroa vai ter que pagar mais para que passem suas roupas e deixem o chão brilhando, se o condomínio quiser porteiro vai ter que pagar mais pra alguém abrir e fechar os portões. Se a madame quiser jardineiro para deixar sua grama cortadinha, ela que coce o bolso e pague mais, se o bonitão quer a piscina limpa, ele que pague mais para os funcionários deixarem azulzinha a água. Caso contrário, graças aos programas assistenciais, a roupa ficará amassada, o chão sujo, o prédio sem porteiro, a grama vai ficar alta e a piscina cheia de ratos.
Segundo a curva de oferta de trabalho se o salário for suficientemente baixo, o trabalhador prefere não trabalhar. À medida que o salário aumenta o trabalhador prefere trocar seu tempo de folga por tempo de trabalho. O que significa dizer que os empresários são obrigados a pagar mais aos seus funcionários para que as vagas sejam ocupadas. Para eles salário maior = menor lucro. Como em economia tudo está interligado,  uma empresa pode decidir contratar mais funcionários em todos os níveis de salário se houver um aumento do preço do produto fabricado por ela.E o preço do produto só aumenta se tiver gente querendo comprá-lo e as pessoas só vão querer comprá-lo se tiverem dinheiro para isso.Dessa maneira precisam ganhar bem.
O salário mínimo para o trabalhador é tanto uma proteção contra a exploração injusta da sua força de trabalho como a garantia de estabilidade e crescimento econômico, porque canaliza a circulação de dinheiro para a parte da população com a maior probabilidade de gastar.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O debatedor

Bate-boca é uma altercação geralmente acompanhada de acusações, ridicularizações e deturpações do real sentido do assunto que estava sendo discutido. O objetivo dos contendores nesse caso é impor sua opinião através da ironia, do deboche e do prazer egoísta de ter razão, um desdobramento de um prazer básico da natureza humana chamada competição.
Já o debate é uma discussão amigável entre duas ou mais pessoas que queiram apenas colocar suas idéias em questão ou discordar das demais, sempre tentando prevalecer a sua própria opinião ou sendo convencido pelas opiniões opostas.A vida em sociedade torna necessária a convivência pacifica entre nós cidadãos que temos opiniões diversas. As divergências entre as pessoas são coisas comuns e seguem a lógica de um antigo ditado popular: cada cabeça uma sentença.De forma que jamais haverá consenso sobre um assunto porque cada um de nós com sua carga cultural e convicções formam um julgamento subjetivo sobre qualquer questão que seja polêmica. A opção pelo debate ao bate-boca é sempre a mais valiosa para qualquer discussão e sobre qualquer assunto.Se alguma conclusão nascer certamente será após um honroso debate sem ataques pessoais.
Arthur Schopenhauer escreveu “A Arte da Controvérsia” onde prova que se pode vencer um debate “quer se esteja certo ou errado, por meios lícitos ou ilícitos”.Um exemplo é usando significados diferentes das palavras do seu oponente para refutar a argumentação dele. Exemplo: a pessoa A diz: “Você não entende os mistérios da filosofia de Kant”. A pessoa B replica: “Ah, se é de mistérios que estamos falando, não tenho como participar dessa conversa”.Pinça-se um tópico do assunto para em seguida distorcê-lo.Numa discussão qualquer argumento pode ser refutado até que numa possível réplica possa ser reforçado ou defendido.
Tenho paixão por política e também por debates, porém tenho em minha conduta tolerância a opiniões contrárias as minhas e procuro provar meu ponto de vista com polidez, conhecimento e respeito ao meu divergente.Quando alguém assume uma atitude de sistemática crítica, usando qualquer palavra desqualificante, a discussão fica muito mais parecida com um bate-boca do que com um debate.
Aquele que quer medir forças e não confrontar idéias não merece ter na mão um teclado, caneta ou microfone, mas um bastão.
Ao contrário do que dizem, acho totalmente possível se discutir política e religião, porém depende com quem.

Pérolas aos porcos

A atual discussão política na internet expõe as paixões dos usuários da rede e a polarização da disputa eleitoral do segundo turno entre Serra e Dilma. Mas a grande verdade é que quem realmente importa, ou seja, a parcela do eleitorado que decidirá esse pleito não participa e nem se congratula ou se digladia através das redes sociais ou e-mails. Essa guerra de boatos e essa onda de preconceitos entre as pessoas mais abastadas e mais escolarizadas do país não atingirá a população menos favorecida.
Para reforçar a minha tese cito a cronista demitida do Jornal “O estado de São Paulo” por “delito de opinião”, Maria Rita Kehl em “Dois Pesos” : “Se o povão das chamadas classes D e E – os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil – tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.
O Brasil tem a estrutura social típica de qualquer nação capitalista contemporânea em desenvolvimento, com três classes distintas, onde o maior contingente populacional se encontra classificado como parte das classes sociais mais baixas. Segundo critérios da Fundação Getulio Vargas poderíamos dividir as classe sócias brasileiras da seguinte maneira:

Classe AB: renda domiciliar maior que R$4.807,00 mensais
 (representam 23% do total da população)
Classe C: renda domiciliar entre R$1.115,00 a R$4.806,00 mensais.
(representam 49% do total da população)
Classe D: renda domiciliar entre R$768,00 a R$1.114,00 mensais.
Classe E: renda domiciliar abaixo de R$768,00 mensais.
(Juntas as classes D/E representam 28% do total da população)

A divisão da sociedade em classes é uma realidade que não pode ser ignorada por nenhum de nós sob pena de sermos alienados ou no mínimo omissos.E não é uma questão de ideologia Capitalista ou Comunista, mas sim por constatar que parte da natureza da raça humana está baseada na relação de dominação.E tudo começa ainda dentro de casa porque uma das primeiras formas de hierarquização dos membros foi a divisão homem/mulher, quando os homens começaram a explorar as mulheres.E até hoje o salário médio de uma mulher é menor do que dos homens para o mesmo trabalho ou função.
São as classes sociais mais pobres desse país que precisam de uma política e de um carinho dos governantes não só para que elas se elejam, mas por uma questão de justiça social e melhor distribuição de renda. E nós eleitores de qualquer extrato social devemos enxergar a situação com esses olhos para que a nossa consciência fique tranqüila. É preciso querer o melhor para todos.
Porque, afinal, o destino do homem não se cumpre todo inteiro nesta terra.

sábado, 9 de outubro de 2010

Os reacionários estão de volta


Segundo a definição lexical da palavra “Reacionário” é o que se diz do individuo , movimento ou manifestação, que se opõe a quaisquer inovações no campo das atividades humanas.Da mesma forma que a palavra “conservador” é usada como adjetivo ou substantivo masculino para definir aquele que conserva ou quem se opõe a inovações ou reformas.
Dentro desse pensamento e dessa atitude reacionária encontram-se as igrejas de todas as denominações e grande parte da sociedade brasileira, fatia que, aliás, é representada quase que em sua totalidade pela elite econômica do país. Os reacionários são aqueles que defendem ou se colocam como guardiões do que se chama de vulgarmente de “valores tradicionais da família brasileira”. Toda sociedade é avessa ou teme mudanças porque pode mexer e comprometer posições já estabelecidas de poder. Por isso a elite sempre é avessa a mudanças e reage diante disso temendo pelo seu patrimônio. A igreja segue o mesmo padrão de reação, porque reformas progressistas podem ferir seus dogmas de fé.
Eu não me coloco ao lado dos reacionários, apesar de ter valores religiosos na minha conduta, como de ser contra o aborto por exemplo, porque não sou avesso a mudanças e acredito que muitas delas possam melhorar o país.Não estou contente com a distribuição de renda promovida pela elite que dirigiu o Brasil por mais de 500 anos.Apesar de ter educação e boas oportunidades na vida, eu me compadeço pelas pessoas menos favorecidas seja no meu estado e em todos os lugares do Brasil e do mundo.O estado onde nasci e moro, São Paulo, é um estado muito reacionário por ser um estado rico e repleto de desigualdes sociais e quem tem status e dinheiro não quer que as coisas mudem.Existe uma luta de classes aqui, mas ela é disfarçada.Toda vez que a os conservadores se sentem ameaçados recorrem aos ideais reacionários. Vale lembrar que foi graças a uma marcha de setores conservadores em São Paulo que ajudou a instalação ditadura militar no Brasil.
Todo esse espetáculo em torno de um tema tão sério como o aborto serve apenas para ativar esse pensamento reacionário da sociedade brasileira, carregado de preconceitos e oportunismos sem de verdade debater a questão. A única coisa positiva de tudo isso é que o relacionamento entre nós eleitores que temos idéias divergentes, nos tratemos não como adversários ou inimigos, mas saibamos discutir temas importantes para o nosso país cooperando para que ele melhore sempre. A consciência de nosso voto está intimamente ligada às informações verdadeiras que recebemos. Não esquecer que a mídia não é imparcial e por isso devemos impedir que ela manipule aquilo que é o maior instrumento da nossa liberdade: o pensamento.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

“Pior que tá não fica”

Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
E pelo grito demente que nos ajuda a fugir
Deus lhe pague
(Deus Lhe Pague - Chico Buarque)

O slogam,Pior que tá não fica”, escolhido por Tiririca extravasa os verdadeiros sentimentos populares com a política: o de descrédito, o da desonra e da avacalhação – com certeza causados por causa dos sucessivos escândalos de corrupção e falta de vergonha na cara dos políticos.Tudo isso estimula essa despotilização e deboche que culminaram na catarse popular expressada nas urnas pela  enxurrada de votos que recebeu o Palhaço. O estado mais rico e escolarizado da nação elegeu em primeiro lugar um humorista semi-analfabeto e em segundo um mestre em Educação e professor universitário, o Gabriel Chalita.  Essa esquizofrenia e incoerência entre as escolhas que as pessoas fazem podem ser duas coisas: Primeiro deixa claro o fosso que existe culturalmente e economicamente entre os eleitores de Tiririca e os de Chalita. Segundo é um sintoma claro do grau de desinteresse e da descrença da nossa sociedade com a política. Mas isso não nos beneficia, pelo contrário, beneficia justamente os infratores. Muitos deles foram reeleitos!
No caso de São Paulo fica clara a mania do paulista se achar o empreendedor, civilizador, um complexo de “Bandeirante” ridículo que no fundo é um preconceito. Como se fora do estado reine apenas a barbárie, a indolência, que só paulista trabalha, que SP leva o Brasil nas costas etc. O resultado disso é que São Paulo com toda sua pompa já elegeu candidatos como Frank Aguiar (PTB), o Cãozinho dos Teclados que nada de relevante fez para o estado e muito menos pelo país.A não ser ter gravado “Moranguinho do nordeste”. (Estava tão tristonho quando ela apareceu/Seus olhos, que fascinam logo estremeceu/Os meus amigos falam que eu sou demais/Mas é somente ela que me satisfaz”).Ainda bem ele não foi reeleito!
Nós que temos um pouquinho mais de acesso as informações temos que assumir o papel de formadores de opinião. Não que temos que induzir as pessoas a votar certo, mas pelo menos podemos conscientizá-las.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Memória Eleitoral- Presidentes da República

Mas do que bater boca é preciso saber e só se sabe conhecendo a história do pleito democrático que é a eleição para a Presidência da Republica. Consciência Política é essencial para o exercício pleno da cidadania.
O Brasil tem 193.733.795(cento e noventa e três milhões, setecentos e trinta e três mil, setecentos e noventa e cinco)  habitantes  cujos 135.804.433(cento e trinta cinco milhões, oitocentos e quatro mil , quatrocentos e trinta e três) são eleitores. São 9 candidaturas ao cargo de Presidente da Republica , 172 a Governo Estadual, 273 ao Senado Federal, 6.028 a Deputado Federal, 14.387 a Deputado Estadual.
 Os últimos Presidentes do Brasil foram José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva. Após a morte de Tancredo Neves que tinha sido eleito por um colégio eleitoral derrotando a  Paulo Maluf,o Vice José Sarney assume a presidência da republica.E finalmente em 1989 começa a primeira campanha eleitoral para o voto direto para Presidente do Brasil. No primeiro turno em 15/11/1989 Collor de Melo obteve 20.611.011 votos contra 11.622.673 sufrágios dados a Lula,  assim, os dois candidatos passaram ao segundo turno que se realizaria em 17 de dezembro. Abertas as urnas o candidato do PT chegou a liderar parte da apuração, devido ao fato da apuração das capitais ser mais rápida que a das urnas do interior, mas ao fim a vitória coube a Fernando Collor – que obteve 35.089.998 votos contra 31.076.364 votos dados a Lula.
A eleição presidencial brasileira de 1994 foi decidida no primeiro turno quando Fernando Henrique Cardoso, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), elegeu-se com 55% dos votos válidos ou 34.364.961 contra 27,04% ou 17.122.127 de Luis Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores(PT).
Na eleição seguinte, 1998, Fernando Henrique Cardoso foi reeleito em primeiro turno com cerca de 53% dos votos válidos ou 35.936.540. Em segundo lugar ficou Luiz Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores (PT) com quase 32% dos votos ou 21.475.218. Ciro Gomes, então membro do Partido Popular Socialista (PPS), veio em terceiro lugar, com 7.426.190 de votos (quase 11% do total). Esta eleição trouxe o uso das urnas eletrônicas, que seriam utilizadas em todos os municípios no pleito seguinte.
A eleição para Presidente em 2002 foi em dois turnos. No primeiro turno, Lula obteve quase 40 milhões de votos, entretanto, não foi o suficiente para uma vitória em primeiro turno, uma vez que esse total não representou 50% do total de votos válidos. O resultado da eleição acabou sendo prorrogado para um segundo turno, o primeiro desde o pleito de 1989, quando Lula também foi um dos candidatos no segundo turno. A surpresa desse pleito foi Anthony Garotinho (PSB) com 15.180.097 ou 17,86% dos votos. No segundo turno, com o apoio dado por Ciro e Garotinho a Lula, Serra ficou isolado na disputa. O resultado foi a eleição de Lula com 52.793.364 ou 61,27% dos votos frente aos 33.370.739 ou 38,72% de José Serra.
Novamente em 2006 a eleição presidencial foi decidida em dois turnos. Lula do PT obteve 46.662.365 ou 48,61% dos votos contra 39.968.369  ou 41,64% de Geraldo Alckmin candidato do PSDB.Porém no segundo turno, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito para mais quatro anos de governo no Brasil. Lula obteve 58.295.042 (60,83% dos votos válidos), contra 37.543.178(40,17% dos votos válidos) de Geraldo Alckmin.

Memória Eleitoral- São Paulo

Para votar é preciso ter também memória, é preciso saber os dados e as estatísticas, o voto além de um processo de decisão consciente precisa também de informação. O brasileiro não é mais um povo sem memória e sem história, e o nosso interesse crescente pelas eleições só enriquece ainda mais nossa jovem e maravilhosa democracia.
O meu domicilio eleitoral , São Sebastião-SP, tem 73.631 habitantes com 52.146 eleitores.O Estado de São Paulo com seus 645 municípios e população de 41.384.039(quarenta e um milhões, trezentos e oitenta e quatro mil e trinta e nove) habitantes, possui 30.301.398(Trinta Milhões, Trezentos e um mil, trezentos e noventa e oito) de eleitores que elegem 94 deputados estaduais e 74 Deputados Federais.São Paulo possui 9 candidatos a governador, 18 ao senado, 1.276 para Deputado Federal e 1.976 para Deputado Estadual.Na Eleição de 2006 o Deputado Estadual eleito mais votado foi Pedro Tobias/PSDB com 228.325 votos e o menos votado e eleito foi Lelis José Trajano/PSC com 29.515 votos.O Deputado Federal mais votado e eleito foi Paulo Salim Maluf/PP com   739.827 e a menos votada e eleita foi Aline Lemos Correa de Oliveira Andrade/PP com 11.132
Eduardo Matarazzo Suplicy/PT foi o Senador eleito pelo estado com 8.986.803 o segundo colocado e não eleito nessa eleição foi Guilherme Afif Domingos/PFL com 8.212.177. José Serra/PSDB foi eleito Governador do Estado em primeiro turno com 12.381.038 de votos ou 57,92% do eleitorado derrotando a Aloizio Mercadante/PT com 6.771.582 de votos ou 31,68% do eleitorado.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A gente não tem cara de panaca

É!
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está
Com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela...
(Gozanguinha)

O poder sempre esteve baseado no controle, na mordaça e na alienação. As pessoas são tratadas como massa, como se nossa opinião fosse facilmente manipulada. Acontece que o atual cenário que vivemos favorece a autonomia do pensamento, a organização de correntes que lutam contra o que não consideramos o melhor para nós. A ética nunca foi um valor tão importante em nossa vida como está sendo agora.
É notável, mesmo para os mais distraídos, que no nosso país temos instituições fortes. E nós somos parte dela, através do que é chamado de opinião púbica, dessa força invisível que é capaz de mudar o que parece ser sólido e impossível de ser mudado. Nenhuma unanimidade é boa, sempre será preciso pluralidade e debate para que a democracia nesse país avance.
Infelizmente o Brasil era tão miserável e tão desigual que bastou que migalhas de pão fossem dadas ao povo para que ele se satisfizesse. O país merece mais do que isso, merece mudanças mais profundas, merece mais ética e menos demagogia.
A mudança que está ocorrendo na nossa mente e no nosso comportamento logo chegará ao poder, ainda somos minoria, nós que procuramos pautar o voto e nossas decisões refletindo e analisando o contexto político e atuação dos mandatários que escolhemos. Mais um dia seremos maioria.Os governos já sentem a nossa pressão em seus ombros e ela será cada vez mais crescente.Até um dia que a nossa participação e a nossa opinião seja respeitada e sejam as únicas guias dos nossos representantes.
Política não é só uma troca de favores, um meio de se conseguir vantagens, um instrumento para defesa apenas dos próprios interesses, política é o que mais importante existe na vida em sociedade.
Pense nisso quando for votar.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cofres públicos

Está com ele à senha do cofre, de todo o dinheiro arrecadado com os impostos, embutidos em cada produto, taxa ou serviço. A água que bebemos pagamos, o ar ainda não. E assim com a chancela do poder e com as chaves na mão, será dele a responsabilidade de gerir a receita e criar gastos públicos legítimos de acordo com o interesse da sociedade que o elegeu. O documento que autoriza estas despesas, o orçamento, explicita exatamente o que será feito com o nosso dinheiro recolhido. E está,mais uma vez, com ele esse poder, ao mesmo tempo nobre e árduo, de decidir onde é que esses recursos serão alocados.É dele, outra vez, a responsabilidade de colocar em prática não só as promessas que fez em campanha, mas em marcha as políticas publicas necessárias. Porque além das chaves na mão, pesa sobre seus ombros a obrigação de criar leis que melhorem a vida das pessoas.
Vote neles!

P.S.: Vote neles quem?

Reputação ilibada

Contra sua excelência o candidato, nada consta. Sua ficha é limpa, limpeza total, mais ainda, sua honra é imaculada, puríssima mesmo, afinal seus interesses sempre foram os mais nobres possíveis, todos o respeitam por sua postura inteiramente séria e pela sua critica sempre arguta.
A reputação ilibada do nobre parlamentar é como um atestado de idoneidade, podemos confiar, afinal em seus atos nada se encontra de suspeito, ele é um exemplo de honestidade, não tem inclinação para a corrupção ou para o favorecimento ilícito de ratazanas que venham querer se infiltrar em seus propósitos de integridade absoluta.
Dessa maneira sua candidatura é merecedora de nosso voto, não só o eleitoral, mas o de confiança, será ele o nosso representante autêntico e de direito, aquele que falará e decidirá por nós através de suas votações e de seus atos públicos perfeitos. Sim é ele, o candidato legitimamente que será pelas urnas eleito, aquele que será a nossa arma ideológica contra qualquer ignorância e força bruta.
Vote nele!

P.S.: Vote nele quem?

sábado, 4 de setembro de 2010

Vossas excelências!

O Brasil possui em sua câmara de deputados 513 congressistas eleitos pelo nosso voto direto e que exercem seus cargos por quatro anos. O número de cadeiras por estado é distribuído conforme o número de habitantes por Estado, de acordo com a medição oficial feita pelo IBGE, através do Censo. Entretanto, essa proporcionalidade é limitada a um mínimo de oito deputados e a um máximo de setenta deputados por estado.Assim o maior estado da nação, São Paulo, com cerca de 41 milhões de habitantes elege uma bancada de 70 deputados federais.Minas Gerais com cerca de 19,8 milhões de habitantes elege 53 deputados federais, Rio de Janeiro com 15,8 milhões elege 46, Bahia com 14,5 milhões elege 39 e Rio Grande do sul com 10,8 milhões elege  31 Deputados Federais.Essas as bancadas de Deputados Federais dos cinco maiores estados brasileiros.
A eleição dos Deputados Estaduais ocorre sempre no mesmo pleito que o dos Federais e exercem suas legislaturas nas Assembléias Estaduais também por quatro anos.Segundo o Art. 27 da Constituição Federal São Paulo por ser o estado mais populoso tem o limite de Deputados Estaduais que são 94. Minas Gerais tem 79, Rio de Janeiro 68, Bahia 64 e Rio Grande do Sul tem 54.
O senado Federal Brasileiro possui 81 senadores, eleitos para mandatos de oito anos, sendo que são renovados em uma eleição um terço e na eleição subseqüente dois terços das cadeiras. As eleições para senador são feitas junto com as eleições para presidente da república, governador de estado, deputados federal e estadual. Cada estado elege 3 senadores  da Republica de forma que todas as 27 unidades da Federação (26 estados e o Distrito Federal) possuem a mesma representatividade.
É possível consultar toda a trajetória política, os financiamentos de campanha, bens declarados de mais de 2,4 mil parlamentares no site:
O custo dos nossos parlamentares é alto e temos que intensificar a cobrança em cima deles pelos serviços prestados. Temos que nos mobilizar pelo aperfeiçoamento da democracia, pela aprovação da reforma política que torna possível a eleição distrital e eliminação de distorções como o Quociente eleitoral.
Já conseguimos o Ficha Limpa e vamos conseguir muito mais! Acredite, estamos de olho!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O que é voto de protesto?

A insatisfação com a conduta e falta de ética dos políticos no país acabou gerando um voto chamado “voto de protesto”. Talvez para expressar desagrado e até mesmo ironizar esses tristes fatos com o bom humor que é característico do brasileiro.Não é de hoje que esquemas de corrupção, escândalos e favorecimentos são descobertos expondo a imoralidade dos nossos governantes e legisladores.
O voto de protesto é aquele voto que eleitores insatisfeitos usam como arma do seu descontentamento e muitos decidem assim anular o voto ou votar em candidatados considerados excêntricos ou de algum modo folclóricos, como forma de manifestar sua indignação com o sistema eleitoral vigente, ou com as opções de candidatos apresentadas pelos partidos. Foi assim quando o rinoceronte Cacareco (em São Paulo) e o macaco Tião (no Rio de Janeiro), tiveram expressivas votações.Seus votos foram considerados nulos, mas essa foi a primeira prova da desmoralização da organização política do país.
Em 2002 o candidato Enéas Carneiro, que recebeu um milhão e seiscentos mil votos, sendo o deputado federal mais votado no Estado de São Paulo, foi identificado como símbolo do voto de protesto daquela eleição. As pessoas não votaram nele por sua plataforma política, mas por causa da sua maneira engraçada e eficaz de falar rápido em quinze segundos. Piada nacional.
Na eleição seguinte, em 2006, o estilista e apresentador de TV Clodovil, foi eleito deputado também com votação recorde. Clodovil sempre foi um personagem muito explorado no anedotário e por imitações dos mais variados comediantes desse país. Mais uma piada nacional.
Nada contra ninguém, evocando Voltaire:“Não concordo com uma única palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-la." Mas tudo contra os oportunistas que identificaram no eleitorado brasileiro essa tendência do voto de protesto e querem transformá-la em avacalhação. No sistema eleitoral brasileiro, que adota o quociente eleitoral (QE), os candidatos eleitos nem sempre são os mais votados do pleito,e muitos desses candidatos folclóricos não passam de “puxadores de votos” que podem alçar a vitoria personagens célebres do mensalão, como Valdemar da Costa Neto.
O maior protesto do eleitor brasileiro não é escolher palhaços, ex-bbb´s, mulheres frutas ou qualquer oportunista, o verdadeiro voto de protesto é renovar e melhorar nossos representantes tirando do jogo esses políticos inescrupulosos e metidos a espertalhões como se o povo brasileiro fosse sempre um povo idiota.

E seremos nós que vamos rir da cara deles!

Do que um voto é capaz?

Temos o poder nas mãos durante alguns segundos, durante aqueles em que apertamos os botões e votamos nos candidatados que escolhemos para nos representar. Se escolhermos um político que é ficha suja ou comprovadamente inábil para exercer o cargo, estamos escolhendo alguém corrupto e inútil para nos representar, ou seja, como se nós mesmos admitíssemos que também somos desonestos e desnecessários.O político é o nosso representante nas câmaras, assembléias, congressos e palácios.Ele é uma espécie de espelho daquilo que você deseja para si e para toda a sociedade.
Sãos os políticos que vão administrar o dinheiro dos impostos que são recolhidos do dinheiro que você ganha com seu trabalho. Se você votar em pessoas que são comprovadamente desonestas com certeza elas vão roubar ou facilitar para outras pessoas roubarem o seu dinheiro.Precisamos desenvolver uma consciência de respeito ao que é público nesse país, a termos respeito e carinho ao dinheiro e espaços públicos, como se eles fossem uma extensão das nossas casas e das nossas vidas.Uma praça também é nossa casa, assim como uma rua ou uma escola.Não jogaríamos sujeira no chão e nem depredaríamos nossas casas.Assim devemos fazer com os espaços públicos, extensões dos nossos lares, assim devemos pensar a respeito do dinheiro publico, extensão das nossas finanças.
A grande maioria da classe política desse país jamais teve a educação como prioridade, sabe porquê? Porque a educação tira a subserviência, a submissão e a ignorância do povo. Se a população tiver um alto nível de educação poucos políticos tradicionais, aventureiros e populistas seriam eleitos.Povo educado sabe reivindicar, sabe escolher, sabe se mobilizar para que toda a sociedade e não apenas alguns grupos, sejam beneficiados pela melhor distribuição de renda.Povo educado não interessa aos políticos no poder.
Um cidadão brasileiro tem o dever de gostar de política porque é através dela que tudo nesse país e decidido. Aqui é o país do futebol, mas também é o da política. Aqui tivemos Pelé, mas também Juscelino Kubistchek, Garrincha, mas também Tancredo Neves, Rivelino e também Ulisses Guimarães. Quem diz que não gosta de política só favorece aos populistas, aos aventureiros e corruptos, elas querem mesmo que os brasileiros só gostem de futebol.  
Por isso na se esqueça, os políticos que temos são imagem e semelhança do povo que somos.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Animal político

O homem é um animal político
Aristóteles

Por ser impossível vivermos isolados das outras pessoas, é da natureza humana estabelecer relações e alianças para garantir a nossa sobrevivência em grupo. Por isso há política em todos os lugares que convivemos, dentro de uma família, no trabalho., no bairro,na escola, universidade, etc.Num relacionamento amoroso por exemplo,  exercitamos muito a política quando ao fazer uma aliança com a pessoa que amamos temos que negociar com ela constantemente a respeito de muitos assuntos.
Após descobrir o fogo, inventar a roda e dominar o mundo selvagem, o homem cria sociedades conhecidas como cidades. Dentro desse espaço urbano é que surge a política de governo, o domínio do homem sobre o próprio homem.A organização de cidades e depois de nações, tornou necessária a criação de um Estado para a manutenção da ordem pública, defesa do território nacional e o bem social da população.
Na sociedade moderna o aparelho administrativo do estado democrático em sua estrutura de poder é composto pelos políticos que são representantes escolhidos por eleitores de uma cidade, estado ou país, para governar-los e criar leis para o bem-estar dessas comunidades.
O livro mais famoso a respeito de política é “O príncipe” de Maquiavel. Essa obra pretende ser uma espécie de manual da arte da política e do poder.Em seu capitulo 17, Maquiavel defende que é melhor um príncipe ser temido do que amado, mostrando que as amizades feitas quando se está bem, nada dura quando se faz necessário, sendo que o temor de uma punição faz os homens pensarem duas vezes antes de trair seus líderes. Diz também que a morte de um bandido apenas faz mal a ele mesmo, enquanto a sua prisão ou o seu perdão faz mal a toda a comunidade. O líder deve ser cruel quanto as penas com as pessoas, mas nunca no caráter material "as pessoas esquecem mais facilmente a morte do pai, do que a perda da herança".
Muitas pessoas, na vida, no trabalho e na política utilizam essas técnicas maquiavélicas, por aí dá para se der uma idéia do tamanho que é o impacto da política sobre a nossa vida, no mundo atual tudo que parece distante da nossa vida, é apenas uma ilusão de ótica, na verdade a política está dentro de nós o tempo todo.Você pode acreditar que as instituições políticas têm a função primordial de permitir à classe dominante manter seu domínio ou que é possível através de nossas ideologias quebrar esse ciclo e dar oportunidade a todos segmentos da sociedade de governar. Você pode acreditar que a liberdade individual é inviolável embora todos nos sejamos submissos às leis promulgadas. Tudo é interpretação e a interpretação é história, cultura, vida, e portanto complexidade.
A nossa democracia não é uma democracia direta, elegemos representantes nossos, é a chamada democracia representativa. A nossa opinião só é consultada uma vez a cada quatro anos. E após serem eleitos, os políticos tradicionais podem agir praticamente como bem entenderem, até a próxima eleição.Por isso é tão importante ser animais políticos, balançando o rabo quando estamos satisfeitos ou rosnando quando estão nos desrespeitando!