terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pérolas aos porcos

A atual discussão política na internet expõe as paixões dos usuários da rede e a polarização da disputa eleitoral do segundo turno entre Serra e Dilma. Mas a grande verdade é que quem realmente importa, ou seja, a parcela do eleitorado que decidirá esse pleito não participa e nem se congratula ou se digladia através das redes sociais ou e-mails. Essa guerra de boatos e essa onda de preconceitos entre as pessoas mais abastadas e mais escolarizadas do país não atingirá a população menos favorecida.
Para reforçar a minha tese cito a cronista demitida do Jornal “O estado de São Paulo” por “delito de opinião”, Maria Rita Kehl em “Dois Pesos” : “Se o povão das chamadas classes D e E – os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil – tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.
O Brasil tem a estrutura social típica de qualquer nação capitalista contemporânea em desenvolvimento, com três classes distintas, onde o maior contingente populacional se encontra classificado como parte das classes sociais mais baixas. Segundo critérios da Fundação Getulio Vargas poderíamos dividir as classe sócias brasileiras da seguinte maneira:

Classe AB: renda domiciliar maior que R$4.807,00 mensais
 (representam 23% do total da população)
Classe C: renda domiciliar entre R$1.115,00 a R$4.806,00 mensais.
(representam 49% do total da população)
Classe D: renda domiciliar entre R$768,00 a R$1.114,00 mensais.
Classe E: renda domiciliar abaixo de R$768,00 mensais.
(Juntas as classes D/E representam 28% do total da população)

A divisão da sociedade em classes é uma realidade que não pode ser ignorada por nenhum de nós sob pena de sermos alienados ou no mínimo omissos.E não é uma questão de ideologia Capitalista ou Comunista, mas sim por constatar que parte da natureza da raça humana está baseada na relação de dominação.E tudo começa ainda dentro de casa porque uma das primeiras formas de hierarquização dos membros foi a divisão homem/mulher, quando os homens começaram a explorar as mulheres.E até hoje o salário médio de uma mulher é menor do que dos homens para o mesmo trabalho ou função.
São as classes sociais mais pobres desse país que precisam de uma política e de um carinho dos governantes não só para que elas se elejam, mas por uma questão de justiça social e melhor distribuição de renda. E nós eleitores de qualquer extrato social devemos enxergar a situação com esses olhos para que a nossa consciência fique tranqüila. É preciso querer o melhor para todos.
Porque, afinal, o destino do homem não se cumpre todo inteiro nesta terra.

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