segunda-feira, 11 de abril de 2011

Que país é esse (Líbia)?


Muito presente nos noticiário por causa da revolta do povo contra seu ditador Muammar al Kadhafi, a Líbia é um grande país do norte da África com a superfície em torno 1.700.000 km ². Para efeitos de comparações o Brasil tem 8.500.000 km ² e o nosso maior estado, o Amazonas, tem aproximadamente 1.500.000 km². A paisagem típica deste país são os desertos, grandes extensões de areia e rochas sobre lençóis petrolíferos (nono maior mundial). Suas terras férteis estão próximas a costa e existem muitos oásis no meio do deserto onde suas tribos vivem e plantam tâmaras. A Líbia atualmente é uma nação muçulmana além de ser uma república socialista onde o governo controla e planifica a economia, que é fundamentalmente baseada na extração e exportação de petróleo e gás natural, é um país onde várias culturas mediterrâneas deixaram sua marca e sua história praticamente se confunde com a história da humanidade. O país é um antigo assentamento de povos tão diferentes quanto os fenícios, os romanos, gregos e os turcos. Dividida em duas penínsulas, a Tripolitânia onde se fixaram os Fenícios e a Cirenaica onde se fixaram os gregos. Fezã é o interior do país, onde ficam os mares de dunas  que circundam as antigas cidades e vilarejos das profundezas do Saara, área dominada pelos Tuaregs. Muitas daessas cidades Líbias foram fundadas a milênios e até hoje ainda são museus a céu aberto.
No século I a.C. o Império Romano se impôs em toda a região. O império bizantino, continuador do romano, ganhou terreno com o declínio de Roma. No século VII da era cristã o impulso conquistador dos árabes transformou o lugar em sólido baluarte para o Islã. Durante pouco mais de três séculos, os berberes mantiveram o domínio sobre a região tripolitana, enquanto a Cirenaica esteve sob o controle egípcio. No século XVI, o Império Otomano unificou o território e estabeleceu o poder central em Trípoli. Em 1939, a Líbia foi incorporada ao reino da Itália e terríveis batalhas durante a investida dos aliados na Segunda Guerra mundial se travaram em seu território.
Após essa guerra uma assembléia da ONU definiu a independência da Líbia e o seu atual contorno no mapa. Para governá-la foi coroado um rei tirano e sem apoio popular, Idris I que durou pouco mais de uma década e meia de reinado. Quando através de um golpe de estado subiu ao poder Kadhafi.
A intervenção da OTAN, ainda que tenha sido apenas para criar uma zona de exclusão aérea, soou como estranha.Em se tratando de países como os europeus e os EUA deve-se sempre se desconfiar de suas reais intenções.Nunca devemos tirar de nossos horizontes que os Estados Unidos da América não são uma nação, são um Império nos mesmo moldes do Império Romano.E as outras nações européias estão preocupadas com o que está acontecendo em suas vizinhanças. Está na cara que não se trata de uma intervenção por questões humanitárias ou pelos direitos humanos, o que está realmente em jogo é o controle sobre regiões fronteiriças a Europa.
Um lugar simbólico que já fez parte do Império Romano e marco civilizatório da "cristandade" onde o colonialismo europeu fincou suas primeiras raízes. A
África sempre foi vista com desprezo pelas potencias que imaginam ser um continente inviável e marginal dentro do processo vitorioso da globalização econômica. Um continente inteiro que não interessa as corporações e bancos privados. Um continente inteiro que só servia para bandas de Rock praticarem sua caridade. Mas a África é muito mais do que isso. Como considerar que 53 Estados e seus quase 800 milhões de habitantes habitem o que se chama as escuras de “lata de lixo do mundo”?
Porém parece que uma nova corrida imperialista já está em curso e com certeza não vão ser os africanos que vão ser beneficiados. Kadhafi é um ditador detestável, mas o que as potencias querem mesmo é mais um mercado consumidor e que estes “indigentes” não invadam seu reino. O resto é resto, estão é se lixando para o povo líbio e sua almejada democracia.

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