terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Afinal, que país é este?

"Que país é este?". Essa pergunta já estava na obra de Machado de Assis(Em que tempo estamos? Que país é este?). E antes mesmo de Renato Russo eternizar a frase Que país é este? em suas canções, Affonso Romano de Sant’Anna publicava poemas de mesmo nome nas páginas de política de jornais nacionais. Seu poema diz:

Uma coisa é um país
outra um fingimento

Uma coisa é um país
 outra um fingimento.

Uma coisa é um país,
outra um monumento.

Uma coisa é um país,
outra o aviltamento.

Há 500 anos caçamos índios e operários,
Há 500 anos queimamos árvores e hereges...
Há 500 anos somos pretos de alma branca,
não somos nada violentos,
quem espera sempre alcança
e quem não chora não mama
ou quem tem padrinho vivo
não morre nunca pagão


O poema é uma clara crítica a sabedoria popular e aos slogans que tem que ser reformados no inconsciente coletivo para que o país avance no progresso de sua consciência e de sua identidade.

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