"Que país é este?". Essa pergunta já estava na obra de Machado de Assis(Em que
tempo estamos? Que país é este?). E antes mesmo de Renato Russo eternizar a frase Que
país é este? em suas canções, Affonso Romano de Sant’Anna publicava poemas
de mesmo nome nas páginas de política de jornais nacionais. Seu poema diz:
Uma coisa é um país
outra um fingimento
Uma coisa é um país
outra um
fingimento.
Uma coisa é um país,
outra um monumento.
Uma coisa é um país,
outra o aviltamento.
Há 500 anos caçamos
índios e operários,
Há 500 anos queimamos árvores e hereges...
Há 500 anos somos pretos de alma branca,
não somos nada violentos,
quem espera sempre alcança
e quem não chora não mama
ou quem tem padrinho vivo
não morre nunca pagão
Há 500 anos queimamos árvores e hereges...
Há 500 anos somos pretos de alma branca,
não somos nada violentos,
quem espera sempre alcança
e quem não chora não mama
ou quem tem padrinho vivo
não morre nunca pagão
O poema é uma clara crítica a sabedoria popular e aos
slogans que tem que ser reformados no inconsciente coletivo para que o país
avance no progresso de sua consciência e de sua identidade.
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